Perguntas frequentes

Sobre avaliação de ciclo de vida

  • A Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica científica e aceita internacionalmente utilizada para quantificar e analisar impactos ambientais potenciais ao longo do ciclo de vida de produtos (incluindo serviços), desde a extração de matéria-prima, passando pelo processamento, transporte, uso e fim de vida.

    Para cada etapa do ciclo de vida são quantificadas entradas (recursos como água, energia) e saídas (emissões atmosféricas, efluentes e resíduos). Os impactos destes fluxos são alocados em dezesseis categorias, cada uma delas com uma unidade de medida que representa quantitativamente um aspecto chave para o equilíbrio ambiental do nosso planeta. Por exemplo, na categoria mudanças climáticas, o impacto é medido em kg de CO2e, e no uso de água em m3 de água utilizada.

    Juntas, estas categorias informam o impacto total do produto estudado no meio ambiente, na saúde humana e no uso de recursos, representado pela Zaya score.

  • O termo produto é utilizado para se referir a um produto, um processo, serviço ou, no sentido mais amplo, uma atividade humana.

  • O ciclo de vida de um produto são os estágios encadeados que um produto passa desde sua origem até o fim de sua vida. Ele compreende desde a extração da matéria-prima, passando pelo processamento e fabricação do produto, seu transporte e distribuição, seu uso pelos consumidores, até seu descarte, destinação final e/ou reciclagem.

  • Avaliar o desempenho ambiental do produto utilizando a Avaliação de Ciclo de Vida permite identificar qual estágio do ciclo de vida do produto causa maior impacto ambiental e encontrar oportunidades de melhoria do desempenho do produto em cada um dos estágios do ciclo de vida. Outro aspecto, é que com a análise completa do ciclo de vida do produto evita-se que haja o deslocamento de cargas ambientais de um estágio do ciclo de vida para outro.

    Um exemplo de deslocamento de cargas ambientais são carros elétricos que por um lado não utilizam combustíveis fósseis, porém atualmente a maior parte da eletricidade no mundo provém de carvão ou gás natural que não são consideradas energias limpas.

  • Em um estudo é possível analisar todo o ciclo de vida do produto ou excluir alguns estágios dependendo do objetivo e escopo do estudo. A abordagem que analisa todos os estágios do ciclo de vida é chamada de “berço ao túmulo”, porém também é possível utilizar a Avaliação de ciclo de vida para avaliar o desempenho ambiental do produto considerando apenas alguns estágios do ciclo de vida, como a abordagem “portão ao portão” que analisa apenas o estágio de produção do produto.

    Outras abordagens utilizadas são: “berço ao portão” que analisa desde a extração de matéria-prima até a produção do produto, ou seja, até o portão de saída da fábrica; e “berço ao berço” que incorpora os conceitos de economia circular, então ao invés do produto ser descartado e ter o seu fim de vida, ele é utilizado como matéria-prima secundária para um processo produtivo.

  • Para facilitar o uso do nosso software, criamos diferentes módulos de ACV com dados específicos para cada segmento. Por exemplo: no módulo de ACV de Embalagens, você irá encontrar dados relativos somente a este segmento, como por exemplo plásticos, metais, papéis e assim por diante. Já no módulo de ACV Têxtil, você irá encontrar dados sobre tecidos, tingimento etc.

  • Para criar um estudo você precisa completar quatro fases. A primeira delas é definir o objetivo e o escopo do estudo, a segunda é criar um inventário do produto que você está estudando, na terceira é realizada a avaliação dos impactos e na quarta e última são feitas a interpretação e conclusão. A seguir, essas fases são explicadas em detalhes.

    Objetivo e escopo

    O primeiro passo para criar um estudo é saber o que se quer medir e para quê medir. Então deve-se definir o porquê o estudo será realizado, o que será estudado, quais etapas do ciclo de vida serão incluídas e o que será feito com os resultados.

    Em resumo, nessa fase você deve responder a quatro perguntas:

    Qual produto/serviço será estudado?

    Qual é o objetivo do estudo?

    Por que o estudo está sendo conduzido?

    Quais etapas do ciclo de vida do produto serão incluídas no escopo do estudo?

    Inventário

    A segunda fase, e mais extensa, é construir o inventário do produto a ser estudado. O inventário reúne todas as entradas e saídas ao longo do ciclo de vida do produto. É nessa fase que são coletados os dados do estudo.

    Para essa fase, o primeiro passo é definir quais são as unidades de processo que compõem cada um dos estágios do ciclo de vida do produto incluídos no estudo. É indicado desenhar um fluxograma das unidades de processo do ciclo de vida do seu produto para auxiliá-lo na compilação dos dados.

    Em seguida, são levantados os dados de todos os fluxos que entram e que saem de cada uma dessas unidades de processo. Muitas vezes é inviável a coleta de dados para todas as unidades de processo do ciclo de vida, pois os processos de produção e as cadeias de suprimentos dos produtos podem ser complexas. Para isso a Zaya disponibiliza uma extensa base de dados secundários que você pode utilizar.

    Alguns exemplos de dados que podem compor um inventário são:

    quais matérias-primas são utilizadas na produção do produto de suas quantidades;

    a quantidade de água;

    energia (eletricidade e/ou calor) consumida;

    dados de transporte entre as unidades;

    Tipos e quantidades de resíduos gerados nos processos e sua destinação final;

    quantidade de efluente gerado;

    emissões de gases para atmosfera.

    Por último, é necessário relativizar os dados de entrada e saída com a quantidade de referência do estudo. Por exemplo, se está estudando a produção de 1 kg de banana, a quantidade de água e fertilizantes deve ser a quantidade necessária para se produzir 1 kg de banana.

    Avaliação dos impactos

    A fase de Avaliação de impacto é onde as informações do inventário do ciclo de vida são convertidas em pontuações de impacto ambiental nas áreas de proteção (ecossistema, saúde humana e recursos naturais). A Zaya calcula automaticamente os impactos do seu estudo. Na Zaya você vai encontrar 16 categorias de impacto, uma pontuação total do desempenho ambiental do seu produto chamada “Zaya Score”.

    Mais detalhes sobre o que significa cada categoria de impacto você encontra no item 15 “O que significa cada uma das categorias de impacto?”. E sobre o que é a Zaya Score em “O que é a Zaya Score?”

    Interpretação e conclusão

    Na fase de interpretação, todo o estudo é revisitado para verificar se está coerente e tirar as conclusões do estudo.

    Agora que você já tem o resultado do seu estudo e quais os impactos e etapas do ciclo de vida são mais significativos, você deve reavaliar todas as fases anteriores do estudo para verificar se estão coerentes e se fazem sentido de acordo com o objetivo do estudo e com o que foi encontrado no processo de construção do estudo. Caso seja necessário, adequações podem ser feitas e a fase de avaliação de impacto deve ser recalculada. Pontos que devem ser analisados são: se os dados do inventário estão precisos e completos e se todos os estágios do ciclo de vida que são significativos para o estudo foram contemplados.

    Outra parte da interpretação é a análise dos resultados e elaboração de conclusões. A interpretação dos resultados deve ser feita com a definição do objetivo e escopo em mente e respeitar as restrições e limitações do estudo para evitar tirar conclusões incorretas. O resultado da avaliação de impacto deve ser analisado dentro do contexto do estudo para se tirar conclusões acerca do desempenho ambiental do produto. As recomendações baseadas nas conclusões finais do estudo devem ser lógicas e as consequências razoáveis das conclusões. Eles devem ser baseados apenas em descobertas significativas e se relacionam com a aplicação pretendida do estudo, conforme definido objetivo do estudo.

  • As categorias de impacto são classes que representam questões ambientais de interesse para quais os dados de inventário do produto são correlacionados. Por exemplo, a emissão de CO2 oriunda da queima de combustíveis fósseis irá contribuir para o impacto em mudanças climáticas. A Zaya contempla 16 categorias de impacto, abaixo serão explicados os principais pontos do que cada uma representa.

    Acidificação (Acidification)

    A acidificação pode ocorrer no solo ou na água. Ela consiste em uma queda na capacidade de neutralização de ácidos do sistema, dessa forma tornando o solo ou a água mais ácidos. A principal consequência dessa maior acidez no solo é a diminuição do pH do solo. Solos com pH baixo possuem menor capacidade de reter íons metálicos que são essenciais para o crescimento das plantas. Nas águas, a maior acidez aumenta a solubilidade dos metais tóxicos e isso prejudica toda a fauna de um corpo hídrico.

    A principal fonte de íons de hidrogênio são as emissões atmosféricas de gases que liberam o hidrogênio quando são degradados na atmosfera ou após deposição no solo, vegetação ou água (os principais gases são dióxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio). A deposição aumenta durante eventos de precipitação onde os gases são dissolvidos na água e descem com a chuva (chuva ácida). A acidificação ocorre pela entrada de íons de hidrogênio no sistema, por isso a unidade de medida dessa categoria é “mol H+ eq”.

    Mudanças Climáticas (Climate Change)

    A categoria de impacto de mudanças climáticas é a mais conhecida e difundida atualmente devido à urgência de seus impactos sobre todo o planeta. A atmosfera da Terra possui uma temperatura média que rege diversas leis da natureza, como o fluxo dos oceanos e os regimes de chuva pelo planeta.

    O aquecimento global é o aumento da temperatura média da superfície do planeta. Naturalmente a Terra possui um equilíbrio entre a radiação solar absorvida e refletida, assim apenas uma parte da radiação é absorvida pelos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera. Porém, com o aumento dos GEE presentes na atmosfera devido às emissões humanas (como queima de florestas e combustíveis fósseis), a radiação é mantida na atmosfera, ocasionando o aumento da temperatura do planeta.

    Os principais gases contribuintes para o efeito estufa são o dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). Os GEE são convertidos em carbono equivalente e a unidade desta categoria de impacto é “CO2 eq”.

    2 eq

    Ecotoxicidade: água doce (Ecotoxicity: freshwater)

    Ecotoxicidade se refere aos efeitos tóxicos de uma substância química nas espécies, podendo causar mortalidade, redução da taxa de crescimento ou reprodução, mutações, alterações comportamentais e etc.

    A Zaya utiliza o método mais indicado para avaliação de toxicidade que é o modelo USEtox. Ele avalia os efeitos tóxicos de mais de 6700 substâncias orgânicas, inorgânicas e metais nas espécies aquáticas. Ela é medida em unidade tóxica comparativa para ecossistemas - CTUe, em inglês “Comparative Toxic Unit for ecosystems”.

    Eutrofização: água doce, marinha e terrestre (Eutrophication: Freshwater, marine and terrestrial)

    Eutrofização refere-se ao excesso de minerais e nutrientes nos ecossistemas. Nas águas, o excesso de nutrientes causa a proliferação exacerbada de algas que morrem e se decompõem causando a diminuição do oxigênio disponível para peixes e outras espécies, consequentemente sua morte e empobrecimento do ecossistema. No ecossistema terrestre os efeitos são mais amenos, porém ainda causam desequilíbrio ecológico nos sistemas, favorecendo a dominância de algumas espécies em detrimento de outras e a diminuição da biodiversidade ao longo da cadeia alimentar.

    Os principais nutrientes que causam eutrofização são o nitrogênio (N) e o fósforo (P). Assim, a eutrofização terrestre é expressa em “mol N eq”; a eutrofização em água doce em “kg P eq”; e a eutrofização marinha em “kg N eq”.

    Toxicidade Humana Carcinogênica e Não-carcinogênica (Human Toxicity: Carcinogenic and Non-Carcinogenic)

    As categorias de impacto Toxicidade Humana Carcinogênica e Toxicidade Humana Não-carcinogênica se referem aos efeitos tóxicos na saúde humana de substâncias químicas emitidas para o meio ambiente. Podendo contribuir para uma ampla gama de doenças não cancerígenas e para o aumento dos riscos de desenvolver câncer para os produtos químicos que são cancerígenos. Por isso, são expressas em “Comparative Toxic Unit for Human Health (CTUh)”, ou em português, Unidade Tóxica Comparativa para Saúde Humana (CTUh).

    A toxicidade humana baseia-se nos mesmos fatores determinantes da ecotoxicidade. As emissões relevantes e as principais fontes são idênticas às da ecotoxicidade e também utiliza o modelo USEtox levando em consideração mais de 6700 substâncias potencialmente tóxicas.

    Radiação Ionizante: Saúde Humana (Ionising Radiation: Human Health)

    A radiação ionizante é emitida por materiais radioativos. Essa categoria é expressa em “kBq. U-235 eq” que é nomenclatura utilizada para materiais radioativos como o urânio (U) 235.

    Por possuir o potencial de interagir e alterar moléculas, ela pode ocasionar sérios problemas de saúde devido ao dano celular caso haja exposição humana à radiação. Em altas doses, várias células podem ser danificadas pela radiação, resultando no comprometimento do funcionamento dos órgãos, queimaduras na pele ou até mesmo na morte. Mais comuns são as exposições a baixas doses, onde menos células são danificadas e as células danificadas podem se reparar sem quaisquer consequências, porém às vezes as células afetadas não são reparadas corretamente, o que aumenta o risco de problemas de saúde a longo prazo, como o câncer.

    Exemplos de fontes de radiação ionizante utilizadas pelo homem são energia de usinas nucleares e dispositivos médicos de diagnóstico.

    Uso da terra (Land Use)

    Essa categoria mede os impactos decorrentes do uso do solo. Ela considerada (i) a transformação do solo, que se refere à conversão de um estado para outro (por exemplo: vegetação natural para pasto) e (ii) a ocupação da terra que é a atividade que ocorre nele (por exemplo: produção agrícola) e a quantidade de uso terra que é usada.

    O mesmo tipo de atividade humana pode causar diferentes impactos relacionados ao uso da terra dependendo das características do solo, por isso deve ser levado em consideração a localidade geográfica das atividades tanto na fase de inventário quanto na avaliação do impacto.

    O solo é um recurso finito e o seu uso pode acarretar impactos ambientais como declínio da qualidade do solo, diminuição da biodiversidade e desregulação do ciclo da água e do clima local e etc. Sua unidade é expressa em uma pontuação de índice de qualidade do solo “Soil quality index (Pt)”.

    Recursos Materiais: Metais/Minerais (Material Resources: Metals/Minerals)

    Essa categoria avalia o impacto sobre a disponibilidade de recursos materiais (metais e minerais). Sendo expressa em kg de metal antimônio-equivalente (Sb-eq) por kg de extração. Os recursos naturais fornecem matéria-prima que são essenciais para a base material da nossa sociedade e são fundamentais para nossa capacidade de atender nossas necessidades e das futuras gerações. Uma vez que esses recursos são extraídos da natureza e sua taxa de regeneração é menor do que a de extração, sua disponibilidade é diminuída, podendo chegar ao esgotamento do recurso.

    Recursos Energéticos: não-renováveis (Energy Resources: non-renewable)

    Essa categoria assim como a “Recursos Materiais: Metais/Minerais” avalia o uso de recursos, porém aqui é considerado o consumo e a depleção de combustíveis fósseis com base em sua função energética. Assim, essa categoria é expressa na unidade de energia megajoules (MJ).

    Depleção de Ozônio (Ozone Depletion)

    O ozônio (O3) é um componente importante da estratosfera terrestre, formando a chamada “camada de ozônio" que absorve radiação ultravioleta e protege a superfície do planeta de quantidades destrutivas de radiação ultravioleta.

    A emissão de algumas substâncias químicas compostas de cloro e bromo são capazes de reagir com O3 e causar sua destruição. Essas substâncias são chamadas de “ozone depleting substances (ODS)”, alguns exemplos de ODS emitidos pelo homem são: bromoclorometanos (BCM), clorofluorcarbonos (CFCs), tetracloreto de carbono, hidrobromofluorcarbonos (HBFCs), hidroclorofluorcarbonos (HCFCs), tetraclorometano, 1,1,1-triclorometano, brometo de metila, cloreto de metila e halons. O CFC equivalente é a unidade que representa essa categoria, expressa em kg CFC-11 eq.

    Os impactos da destruição do ozônio estratosférico estão essencialmente ligados à redução da absorção da radiação solar na estratosfera, levando ao aumento das intensidades de radiação UV na superfície do planeta. Podendo causar impactos na saúde humana como: câncer de pele, catarata, doenças do sistema imunológico, etc. E impactos nos ecossistemas, como: danos epidérmicos em animais, redução da fotossíntese das plantas e perda de fitoplâncton que são os principais produtores de alimentos para os ecossistemas aquáticos.

    Formação de Material Particulado (Particulate Matter Formation)

    Essa categoria tem como objetivo avaliar os danos à saúde humana decorrentes da exposição a material particulado (MP), por isso ela é expressa em incidência de doenças devido “disease incidence”.

    A exposição a MP está associada vários efeitos adversos à saúde e redução na expectativa de vida, incluindo doenças respiratórias e cardiovasculares, câncer de pulmão, diabetes, etc. Estima-se que a exposição a MP seja responsável por 1 em cada 5 mortes prematuras em todo o mundo.

    O MP é emitido diretamente em atividades como transporte rodoviário, termelétricas movidas à carvão ou gás, atividades agrícolas, etc e de forma secundária através de reações de substâncias precursoras, como óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos de enxofre (SOx), amônia (NH3), compostos orgânicos voláteis e semivoláteis (VOC).

    Formação de Ozônio Fotoquímico: Saúde Humana (Photochemical Ozone Formation: Human Health)

    Enquanto na estratosfera o ozônio (O3) é benéfico, quando ele está ao nível do solo (troposfera), ele é tóxico e perigoso para a saúde humana. Sua formação se dá de forma secundária pela reação de óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis (VOC’s) presentes no ar e sob influência da luz solar. É expresso em Compostos orgânicos voláteis não-metânicos “Non-methane volatile organic compounds - kg NMVOC eq”.

    Uso da água (Water Use)

    Nessa categoria é avaliado o impacto do consumo de água, expresso em “m³-world eq” que representa metro cúbico médio consumido no mundo. Embora a água seja um recurso renovável, sua disponibilidade em um determinado local e período é limitada e diferentes usuários devem compartilhar seu uso. O consumo de um determinado volume de água diminuirá sua disponibilidade para os usuários a jusante, para o ecossistema e as gerações futuras. Quanto maior a demanda em comparação com a disponibilidade de água na região, maior a probabilidade de ocorrer escassez e um usuário ser privado.

  • A comparação do desempenho ambiental de um produto ou serviço deve ser feita se os produtos que estão sendo comparados são equivalentes, ou seja, se sua função é equivalente do ponto de vista do usuário. Por exemplo, uma usina hidrelétrica e uma usina solar são coisas diferentes, mas podem ser comparadas com base na função que desempenham de fornecer eletricidade às residências.

    A Zaya disponibiliza uma função chamada “comparar estudos”. Por meio dela, você consegue comparar até 3 estudos que estão disponíveis em nossa base de dados e na sua biblioteca. Além da comparação por meio do Zaya Score, você também consegue comparar a performance de cada estudo em cada uma das categorias de impacto do método EF 3.0.

    Atenção: na hora de fazer comparações, é fundamental garantir que você ajuste a quantidade de produto necessária para realizar o objetivo final do seu estudo.

    Por exemplo, em um estudo onde pretende-se comparar o desempenho ambiental de dois tipos de embalagens descartáveis para 500 ml de água pode-se comparar uma embalagem de plástico com uma embalagem cartonada, pois as duas possuem a mesma função. E isso deve estar em relação a quantidade de material necessária para fabricação de cada embalagem. Porém, em geral, não é possível comparar 1kg de plástico com 1kg de papel cartão, pois muito provavelmente você precisará de diferentes quantidades destes materiais para realizar uma mesma função.

  • Recentemente a preocupação com as questões ambientais e a conscientização de consumidores e investidores sobre a sustentabilidade dos produtos cresceu. Muitas empresas percebendo essa tendência de crescimento da economia verde e do desenvolvimento sustentável querem se destacar no mercado e se dizem amigas do meio ambiente sem realmente realizarem mudanças significativas em seus produtos e processos. Assim, apelam para uma mudança de estratégia de marketing e propaganda enganosa, disseminando informações falsas e/ou imprecisas para convencer que seus produtos são sustentáveis sem que isso seja verdade. Mesmo empresas com boas intenções podem cometer Greenwashing se tiverem uma percepção incorreta sobre as influências do seu produto no meio ambiente.

    O greenwashing pode ser altamente prejudicial para a própria empresa, pois uma vez que ele for descoberto pode destruir a imagem da empresa e da marca. Algumas ações podem ser tomadas para evitar o greenwashing:

    Possuir compromisso verdadeiro com a sustentabilidade;

    Ser transparente: isso inclui falar a verdade, ser claro e dar evidências. Por exemplo, se seu produto ou serviço foi avaliado por uma organização aprovada, torne as informações acessíveis para seus clientes e partes interessadas;

    Calcule o desempenho ambiental de seu produto: assim você conhece quais as consequências ambientais do seu produto e pode comunicá-las corretamente. Além disso, mostra ao seu cliente e investidores que sua empresa está seriamente comprometida em entender qual o impacto ambiental do seu produto e pensar formas de melhorá-lo.

Inventário de Gases de Efeito Estufa (GEE)

  • O inventário de gases de efeito estufa (GEE) é uma ferramenta essencial para empresas e organizações que desejam medir, gerenciar e reduzir suas emissões de carbono

    Esse processo envolve a coleta e análise de dados sobre todas as fontes de emissões de GEE associadas às atividades da empresa, permitindo uma visão clara e detalhada do impacto ambiental gerado. Com essa informação, as empresas podem implementar estratégias eficazes para minimizar suas emissões e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.

    Para ajudar a medir e relatar de forma confiável suas emissões de GEE, é utilizado o GHG Protocol.

  • O GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol) é o padrão internacional para a contabilidade e o gerenciamento de emissões de GEE mais utilizado no mundo. Desenvolvido pelo World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), o GHG Protocol fornece diretrizes e ferramentas que ajudam as empresas a medir e gerenciar suas emissões de carbono de maneira consistente, transparente e eficaz

    Ele define metodologias padronizadas para calcular as emissões de GEE, abrange uma ampla gama de setores e atividades e é adaptado em diversos países para melhor atender a cada realidade e contexto.

  • A International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) criou o International Sustainability Standards Board (ISSB), conselho responsável por obter informações financeiras relacionadas à sustentabilidade e aos fatores climáticos de forma mais consistente, completa, comparável e verificável.

    O ISSB cria normas que permitem às empresas fornecer informações de alta qualidade e comparáveis globalmente sobre riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade, por meio da sua norma IFRS 2, que reconhece o GHG Protocol como o principal método para contabilização de emissões.

    Inclusive, o GHG Protocol é um padrão reconhecido internacionalmente e apoiado por organizações como a ONU, o Banco Mundial e o  Fundo Monetário Internacional (FMI).

  • O GHG Protocol Brasil é uma adaptação do padrão internacional GHG Protocol às realidades e necessidades específicas do Brasil, compatível com a norma ISO 14.064. Ele foi desenvolvido em parceria com organizações brasileiras para garantir que as metodologias e ferramentas sejam aplicáveis e relevantes para o contexto local. 

    O GHG Protocol Brasil oferece diretrizes específicas para as empresas brasileiras medirem, reportarem e gerenciarem suas emissões de GEE, alinhando-se às práticas globais e facilitando a participação no mercado de carbono e em iniciativas de sustentabilidade.Um exemplo de deslocamento de cargas ambientais são carros elétricos que por um lado não utilizam combustíveis fósseis, porém atualmente a maior parte da eletricidade no mundo provém de carvão ou gás natural que não são consideradas energias limpas.

  • Escopos 1, 2 e 3 do GHG Protocol

    O GHG Protocol divide as emissões de GEE em três escopos distintos, cada um abrangendo diferentes fontes de emissões. Conheça cada um deles.

    Escopo 1: Emissões Diretas

    O Escopo 1 compreende a todas as emissões diretas de fontes que são de propriedade ou controladas pela sua empresa durante a cadeia produtiva, como, por exemplo:

    • Combustão de combustíveis em caldeiras, fornos e veículos da empresa;

    • Emissões de processos químicos que ocorrem nos equipamentos da empresa;

    • Emissões fugitivas, como vazamentos de gases refrigerantes ou emissões de metano em operações de mineração.

    Escopo 2: Emissões indiretas de Energia

    Já o Escopo 2 engloba as emissões indiretas resultantes do consumo de eletricidade, calor, refrigeração ou vapor adquirido pela empresa, como:

    • Emissões associadas à geração de eletricidade comprada e utilizada pela empresa;

    • Emissões de calor ou vapor adquiridos de um fornecedor externo.

    Escopo 3: Outras emissões indiretas

    Estas são todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor da empresa, como matéria-prima adquirida, deslocamento de colaboradores, descartes de resíduos, transporte e distribuição, por exemplo.

    É comum que a maior parte das emissões de gases de efeito estufa de uma empresa estejam fora de suas operações - inclusive, as emissões do escopo 3 de uma organização são, muitas vezes, as emissões do escopo 1 e 2 de outras empresas em sua cadeia de valor.

  • O GHG Protocol Brasil possui um Registro Público de Emissões de todas as empresas que fazem a divulgação do seu inventário, o maior da América Latina.

    Essas divulgações são essenciais para que a sua empresa tenha uma atuação transparente quanto à responsabilidade climática e contribui para a base de dados sobre GEE do setor privado brasileiro.

    O GHG Protocol Brasil possui três níveis de selo para empresas que publicam seus inventários de emissões, padrões Ouro, Prata e Bronze.

    Selos GHG Protocol Brasil

    Os selos Ouro, Prata e Bronze são níveis de reconhecimento para empresas que atingem determinados marcos na gestão e redução de suas emissões de GEE. Esses padrões são atribuídos com base na abrangência e na qualidade das práticas de medição e gestão de emissões da empresa.

    Selo Bronze

    O Selo Bronze é atribuído a todas as empresas que medem e relatam suas emissões de Escopo 1 e Escopo 2.

    Selo Prata

    Além dos requisitos do selo Bronze, para conquistar o selo Prata, a empresa deve medir e relatar pelo menos algumas categorias de emissões de Escopo 3 mais relevantes.

    Selo Ouro

    Para alcançar o selo Ouro, a empresa deve medir e relatar emissões de Escopo 1, Escopo 2 e todas as categorias relevantes de Escopo 3, tudo de forma verificada por uma terceira parte acreditada.